Fazes-me um convite para café. Num segundo, sinto o cheiro a saudades, saudades idênticas ou muito parecidas a outros tempos. Saudades que se traduziam nesse simples convite, mas que revelavam mais. Muito mais.
Relembro então outros cheiros, de outros cafés. De outros momentos. O cheiro dos sítios onde entrávamos, das caras que víamos e dos sorrisos que perdíamos. Das conversas sobre tudo e sobre nada. E dos silêncios. Os silêncios que comunicavam, através dos quais nós mesmos comunicávamos. O sabor dos olhares, das carícias e das parvoíces... E era assim que esses cafés se traduziam num mundo, através de duas chávenas e dois dedos de conversa.
Sinto medo...
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